
Hoje vesti o meu reino de silêncio
Mudei o tempo com suspiros
e as estrelas por profetas
As minhas pedras viraram
punhais de dores
e as minhas mãos
passaram a agulhas de gelo
Subi à torre do meu castelo
e olhei as palavras das alturas
Dentro do meu copo de vento
Sufoquei escadas de água
Reprimi com muita dor
o meu desejo
e mordi o meu corpo com beijos adiados
Marquei um lugar na minha cama
e esperei em vão por um sonho
sem destino
Neguei o meu copo de vinho
Mas comi a infância do meu pão
Roubei o meu tédio de ondas
em desalinho
e esfacelei os meus anseios
transformando-os em insultos
Agora sou um outro
que ri dos deuses e dos anjos
Apaguei demónios de horror
e sigo a imagem do Herói
que um dia dormiu em mim
2 comentários:
gostei do poema bem escrito como sempre e não é preciso usar máscara,deve-se ser como se é sem máscaras.
bjs
Este é um belo poema construído de fortes imagens.
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