quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Quem dera


QUEM DERA

Quem me dera retornar
Às manhãs de Sol e de ternura
Abrir a porta
de par em par e dizer-te:
Entra
Estou aqui
Este sou eu
Dou-te a minha vida
O meu corpo
O meu sonho
A minha alma posta a nú

Quem dera retomar
A mágica tarefa
do viver
Sentir a cratera do teu fogo
A chuva dos teus cabelos
Perdidos na minha almofada

Quem dera ouvir Beethoven
Nas tardes cinzentas
Frias
Mas em que a alegria
O riso
Viviam dentro de nós

Ah meu amor
Queria retornar
A olhar os véus
e o ondular do teu corpo
Na penumbra

Sou nostálgico
Eu sei
Mas meu amor
Serei sempre
Uma mísera migalha
da tua Primavera
À tua espera

Vitor Correia

1 comentário:

Margarida Piloto Garcia disse...

É um belo poema. nostálgico e extremamente romântico.