Perdido andei durante quase toda a vida."Jazia informe e exangue num cativeiro Há muito acomodado".Descobri-me e descobriram em mim algo que havia muito tempo a memória havia esquecido.Estou de novo pronto para o recomeço
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Aqui
Não há um nome para a tua ausência Há um muro que meus olhos derrubam
Não há uma palavra para o teu silêncio Há uma mordaça que meus lábios libertam
Não há um gesto Para a tua indiferença Há um sorriso Que minha face desnuda
Existe sim um sonho Para a tua liberdade Não há grilhetas Que se oponham à esperança
Existe sim a vida O céu para voar Não há prisões Onde calem a poesia
Nasci num berço de palhas
Sem jumentos
Nem estrelas
Resultei dum coito de ideias tolas
E necessidades intempestivas
Melhor seria
Ter nascido morto
Num parto
Apadrinhado com ceroulas
Não posso
Dar um passo no passado
Sem tropeçar num qualquer
Osso esquelético
Quem foi
Aquela senhora visitadora
Que me trouxe
A esta vida
Desvairada?
Parteira desta vida
Sempre adiada
Como foi possível
Não dilacerar
Esta placenta
Que ainda trago
Agarrada a mim?
Fiquei tão só
Que dó me faz
Pensar num útero
Onde germinei
Num espaço
Incendiado?
Cansado
Corro neste antro
De feras humanas
Saudosos de não estarem mortos
O meu espaço
Foi crucificado
E não me traz
Novas da minha cova
2 comentários:
Às vezes os muros somos nós que os criamos.
gosto muito dessa imagem e o tema desse poema levou-me também a inspirar-me e a escrever sobre ele,mas gostei também muito do teu.
beijinhos
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