domingo, 26 de julho de 2009

Anda


Anda
Dá-me a tua mão

Vamos vaguear
no chão com as nuvens
No céu com as pedras
Anda
Mesmo como estás
Nua
Onde pisas nascem rosas vermelhas


Anda
Vem mesmo assim
Ninguém vai olhar

Não pintes o rosto
Vem só tu
Natural

Anda
Mesmo com fantasmas
nos ventos cortantes
Lá bem alto
Por cima das estrelas

Anda
Vamos os dois
Planar sobre o mar
Como Tristão e Isolda

Isolda imaginária
Viva
Que eu roubei à morte anunciada

Vem
Viva e bem viva
Embora quase morta
No fingimento da partida

Agora vamos
Mãos dadas
No céu
Nas nuvens
Nas árvores
No vento

Em busca da vida
Da felicidade
Do amor

Sem carácter de urgência

2 comentários:

Margarida Piloto Garcia disse...

Este "Anda" leva-nos longe no sentimento criado por toda a tua poesia.

Susana Garcia Ferreira disse...

Este poema ao contrário do outro que está primeiro,já denota alguma alegria,esperança,vontade de ir mais além,acho até que tem uma certa magia.Gostei muito
beijinhos