Anda
Dá-me a tua mão
Vamos vaguear
no chão com as nuvens
No céu com as pedras
Anda
Mesmo como estás
Nua
Onde pisas nascem rosas vermelhas
Anda
Vem mesmo assim
Ninguém vai olhar
Não pintes o rosto
Vem só tu
Natural
Anda
Mesmo com fantasmas
nos ventos cortantes
Lá bem alto
Por cima das estrelas
Anda
Vamos os dois
Planar sobre o mar
Como Tristão e Isolda
Isolda imaginária
Viva
Que eu roubei à morte anunciada
Vem
Viva e bem viva
Embora quase morta
No fingimento da partida
Agora vamos
Mãos dadas
No céu
Nas nuvens
Nas árvores
No vento
Em busca da vida
Da felicidade
Do amor
Sem carácter de urgência
2 comentários:
Este "Anda" leva-nos longe no sentimento criado por toda a tua poesia.
Este poema ao contrário do outro que está primeiro,já denota alguma alegria,esperança,vontade de ir mais além,acho até que tem uma certa magia.Gostei muito
beijinhos
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