Ele sómente olha
Não diz
Vê tudo
Mas não ouve
Fica com o sabor de boca ressequida
O silêncio é o Mundo ao seu redor
A sua solidão,não é uma invenção
É o amargo da sua dor
Tenta em vão agarrar a terra
para ser um corpo vivo
mas sufoca em pedras frias
Não tem portas
Nem estrelas
Não tem harpas nem tambores
Quer ouvir o poeta num jardim de amendoeiras
Mas o vazio é o frio do seu leito
Na seara do seu peito
nasce uma raiva de suspiros
E então repele o céu estrelado
Engole as palavras no seu mar sem fundo
Até ao tocar sua pele
ela lhe parece alheia
Fica a viver o resto
com a raíz do instinto
E o seu gelo é incapaz de aquecer aquilo que dói nele
Partem tão tristes os seus pés
Como quem carrega o peso das palavras
Vitor Correia
1 comentário:
poema um pouco triste mas não deixa de ser bonito,não é preciso ser-se surdo-mudo mas gostei.
A imagem também está bem não sei se será de um surdo-mudo.
bjs
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