De cavernas e crateras
Nascem
as minhas flautas de choro
Com espigas e espadas
Crio cortinas de vento
Nas minhas mãos sem idade
É na retina do meu silêncio
Que calo a voz
O pão
A boca adormecida
É no meu jardim de mágoas
Que planto
NENÚFARES DE MADRUGADA
É no calor do meu vento suão
Que o meu rio fica deserto
Cravo na minha boca
Uma concha de neve pura
Os meus olhos
ferem o ar
Com soluços de madrugadas adiadas
E canto
E oiço
A voz do poeta que me sussurra:
Olha bem a aragem
A seiva
Os cabelos livres ao vento
Repara quão zeloso
é aquele búzio
de pedras perfumadas!!
E páro a refletir
jà não me chega
a bala das palavras
É preciso mais
E quero ter
Uma pétala colorida
Um riso aberto numa praia deserta
Um murmúrio de esperança
A palavra AMOR sibilada
Vitor Correia
2 comentários:
Este é sem dúvida um dos mais belos poemas que escreveste e que comprovam o teu crescimento literário.
como tinha comentado adorei também este poema.Todas as imagens que descreves aqui por palavras e a esperança ,tudo.
gostei muito.
beijinhos
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