Para que não seja eu
me julgam
Me condenam
Me degolam
Para que não sonhe
Me rasgam o pensamento
Me roubam
o lugar na cama
E me deixam
Com angústia e com lama
Quero ser
o dono do meu tempo
(Não o destruam)
Poder ousar morder
o meu próprio corpo
Num afã incontrolável
Apodrecer e caír morto
Quero ser
A minha loucura
Semeada de gritos e lamentos
Beber o meu sangue
O meu vinho
Comer o meu pão roubado
Enforcar-me
numa corda de sonho
Partir
Para não mais regressar
Sentir o silêncio da terra
Onde as rosas protestam
em cânticos de luto
Arder
em chamas de cardos
e de cravos
Vaguear no Inferno
Com odores de esqueletos
muribundos
Quero
os meus passos infames
a pisar pétalas e bichos
Como um corcel alado
em busca do ADEUS
Vitor Correia
2 comentários:
como já tinha comentado miguinho,o teu poema está muito bem escrito e bonito,com sentimentos intensos,mas com alguma tristeza ai retratada.
bjs grandes
Este poema é belo, poderoso e algo panfletário.A tristeza e uma certa raiva emanam dele.Luta sempre pelos teus ideais mas fá-lo sempre esclarecido.
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