sexta-feira, 19 de junho de 2009

O Amor que não tenho



O amor que não tenho
É o lençol com que me cubro

A distância que vai
entre o carinho
e a ausência
É a agua
que não bebo
Na memória da infância

O AMOR QUE NÃO TENHO
É a lenha
O jardim
É a casa
O teu cheiro
Inventados
todos dentro de mim


Água
Memória
O teu retrato

Os olhos
Esses sim
Ainda me dão alguma esperança
Do sonho
Do amanhã
Do depois

Mas agora NÃO

terça-feira, 9 de junho de 2009

Cansa




Cansa tanto esperar
A carne viva
Partilhada
Não comprada
Não vendida

Cansa muito
Pisar o vazio
O éter
O asfalto
As pedras que não calcas

Cansa tanto
Esperar a tua pele
O teu olhar
O teu riso
O teu enigma

Ah quanto cansa
Ver o teu lugar
Na mesa vazio
O prato limpo
À espera
Ah quanto cansa
Acordar do meu sonho
Onírico
Vigilante
Mas SONHO

sábado, 6 de junho de 2009

A VIDA


É do ponto mais alto
Do meu EU
Que grito o meu choro
O meu pranto

Canto e grito
Como quem se desnuda
Pondo a nú
A chama que me cresce
Que me morre
Que me devora

Acesa
Bem acesa
Na minha voz

Lâmina afilada
Amarga
Perfurante
Ao mesmo tempo sedutora
Penetra mño meu EU
Mas jamais me dói

Porque apesar de tudo
ainda me resta a esperança
O Sonho

A vida