quarta-feira, 27 de maio de 2009

Stop


Parou aqui
A minha canção
O meu poema
Procurei-o
Na tua boca
Nos teus olhos
Colados à tua face

A minha sombra
Ficou aqui
Na terra queimada
Sòzinho
À tua espera
Na negrura nocturna

Parou aqui
A minha ira
O meu sonho
Pararam os meus olhos
Os meus despertares matinais

A minha esperança
Ficou aqui
Com a luz do Sol
A inventar quimeras
No verde das folhas
No amadurecer dos frutos
Na partida das aves

Parou aqui
O meu sangue
A minha preguiça
A minha vida
A minha cruz
A minha noite

Fico aqui
No meu corpo
Inerte
Gelado
À tua espera

E tu
Nunca mais vens

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Lágrima


Uma lágrima gelada
Percorre
meu rosto quente
Água
Sal
Carne
Mistura dolorosa
Brotou
Saíu
Para-me nos lábios

Um esgar
um leve toque de língua
Eis que me entra
Boca dentro

Dissolvo-a
Queixa-se

"Porque me soltaste?
Que mal fiz?
Dormia
Tão bem
no teu saco
Lacrimal

Respondo
Com um tríssilabo
" Não fui eu"
Questionou-me
Então? e Porquê?
Argumento
"é o estado de alma"

Já não falo
Já não sinto
Já não ouço

Apenas
Penso
Lembro
recordo

E que recordo?
São vagas
As lembranças


Havia
Um pão
Havia
Um copo
Solidariedade
Não faltava
Uma chama
furtiva
Duma vela
quase apagada
Espreitava
O AMOR
Envergonhada
Ora ardia
Ora apagava
Crepitava
Na lareira
Um resto
De madeira
Curcumida
Uma pinha

Chegou a hora
Partiu
Voltou a lágrima

A fome





Fome: renovável linha da extrema pobreza

Marcelo Henrique Guedes Chaves
Professor de Matemática – aluno do Curso de Gestão Hospitalar
em 02/06/2006
No momento em que estamos vivendo, a fome tem sido constantemente palco das grandes discussões políticas e sociais. Numa época em que somos surpreendidos com as injustiças e as corrupções, fica aqui uma reflexão que não se cala: será que falta uma política séria, compacta e assumida por toda a sociedade como um instrumento que prioriza o social e que busca realmente um novo realiamento de altíssima relevância para a superação da crise que assola de forma desumana os mais pobres?
Nesse contexto, podemos refletir sobre a prática governamental das políticas públicas como um paradoxo entre linhas, consumidas pelas rotineiras vias burocráticas e pelo falso discurso ético–social dos que governam o país. Fica claro que essa responsabilidade social está situada nas grandes diversidades econômicas, sociais e culturais existentes no Brasil e sendo acomodada numa missão institucional que não viabiliza com tamanha transparência medidas concretas em face das diretrizes que asseguram a qualidade de vida da nossa e de toda a humanidade, desta e das futuras gerações. A questão da fome passa a ser um meio de propagação política, pois transformam a fome em uma situação renovável, ou seja, a fome passa ser uma utopia que se encontra na linha do infinito.
É preciso reciclar o nosso pensamento de forma progressiva e sistemática para combatermos a fome sem transformá-la em objeto direto do discurso político e tão pouco, focalizar somente segmentos isolados, mas sim, na sua totalidade, com objetivo centrado a responder as necessidades básicas e essenciais prevista na Constituição Federal. Se continuarmos persistindo na política de programas voltados como plataforma eleitoral, a pobreza será uma onda crescente nessa via “Democrática” , como um sistema de desintegração social.
Por fim, acredito que o caminho a ser superado é de conscientização, de resistência e de reestruturação, dentro de uma linha de conduta fiel, que possa servir como um programa digno a sobrevivência entre a maioria da população que vive na linha da extrema pobreza.

sábado, 2 de maio de 2009

virás


Virás um dia
Sei que virás
Tu, que nem eu próprio
Sei quem és

Virás

Virás um dia
Sim
Com o silêncio
Do amanhecer
E para além do sussurro
Da palavra proíbida

Virás
Virás um dia
Sim Tu, a quem já nem consigoOuvir a voz
Virás
De mãos abertas
E calor na alma
Virás
Com asas nos braços
Pelos trilhos
De terra molhada
Com o odor da Primavera
Virás
Virás um dia
Virás
Espalhando amor à tua volta
E em meu redor
Teus olhos VirãoPara iluminar
Minha alma
Meu coração
Virás sim
Virás.......Fico à tua espera

com caracter de urgência

Não precisei dum átrio de hotel para inventar o Amor com caracter de urgência.Inventei-o em primeiro lugar de forma virtual defronte de um ecran.depressa se transformou a invenção em real numa pequena viagem de carro e barco a caminho duma península.À frente dum peixe grelhado, mais tarde e tendo Pedro Almodovar e o seu Habla con Ella como testemunhas, a minha invenção do Amor ficou mais forte.Nem um louco engano na troca de cores e outras coisas mais para a construção duma maravilhosa mesa de Natal, atrapalhou a minha invenção.Pelo contrário a reforçou com uma surpresa maravilhosa.Um chapéu de chuva ,numa tarde soalheira e ventosa a servir de guarda sol e tapa ventos continuou a saga desta minha invenção do amor com caracter de urgência.Também a meiguice duma gatinha de nome Galapinhos em conjunto com um licor da sogra fizeram parte desta minha descoberta.No meu aniversário o Segredo e o caminho das luzes foram mais indicações seguras de que o amor com caracter de urgência estava a crescera um ritmo sem limites físicos.Fiz escalada e brinquei de baloiço como criança maravilhada com o seu brinquedo preferido: o AMOR ao fim de tantos anos.Jás são inúmeres as bençãos que a Natureza teima em me enviar a dizer que na realidade está a apoiar a minha invenção do amor com caracter de urgência.Não precisei de me atirar ao rio pois a luz de velas acesas e um pôr de Sol deslumbrante me reafirmaram que estava no caminho certo e correcto.Quero e vou continuar a descobri-lo,disvirginá-lo e a inventá-lo. Com caracter de urgência.E um dia que parta desta vida para sempre ainda o estarei a inventar e descobrir.O AMOR tem sempre algo que nos pode surpreender. Inventêmo-lo.COM CARACTER DE URGÊNCIA